22 agosto, 2010

Brasil, um país de aborto e hipocrisia

Atualmente a única discussão sobre o aborto é se o deus cristão, do alto de toda sua magnitude e onipresença, permite ou não "tal ato de atrocidade com a vida do ser humano". Mas as pessoas se fazem de cegas para o que realmente está por trás da decisão que leva a uma mulher optar pelo aborto. Não quero aqui julgar a escolha religiosa de cada um, mas o que não posso deixar de julgar é o tamanho da hipocrisia de um povo que se diz temente a deus e seguidores da bíblia acharem que seus dogmas e preceitos religiosos devem se sobrepor às decisões que só cabem a cidadãos com o direito à liberdade para fazer suas próprias escolhas. Uma crença religiosa qualquer jamais deve ser vista como caminho único a todos os cidadãos de um país democrático e laico.

O aborto não é um tema polêmico apenas pelo fato de envolver a interrupção de vidas. O aborto causa discussões intensas apenas por se tratar de um ato que o povo cristão diz ser contra as "leis" de seu deus. Mas afinal, porque todos devem seguir as "leis" de algo que nem todos acreditam? Por que condenar mulheres carentes que, não tendo o poder aquisitivo das mulheres das classes A e B, que podem procurar clínicas chiques em bairros nobres, procuram curandeiras ou parteiras para realizar o aborto, correndo o risco de morrer em decorrência de complicações? Seria esse o desejo de deus? A morte de mulheres que não podem ter acesso ao atendimento médico de qualidade e à educação não pode ser visto como uma afronta à religião.

O Governo de um país onde a curetagem, procedimento pós-aborto, é a cirurgia mais realizada pelo SUS (3,1 milhões entre 1995 e 2007, de acordo com o Ministério da Saúde) tem por obrigação deixar a hipocrisia de lado e abordar o assunto sem preconceitos, passando a tratá-lo como uma das prioridades na saúde pública. E a população tem o direito de ter suas decisões respeitadas, sem o julgamento religioso e a interferência dos desejos de alguns grupos que nada tem com o papel de Governo.

A informação é a maior aliada nesse assunto. Para acabar com preconceitos, informar melhor a população e derrubar tudo o que grupos religiosos tentam disseminar na mente do povo, foi criado o site Aborto em Debate. Um espaço para a livre discussão e para encontrar tudo o que você precisa saber para fugir do senso comum e formar sua própria opinião sobre o aborto.

17 agosto, 2010

Piada do funcionalismo público

Recebi por e-mail um pequeno conto bobo em forma de piada, mas que fala sobre a maior verdade que ronda o funcionalismo público.


O cara termina o segundo grau e não tem vontade de fazer uma faculdade.

O pai, meio mão de ferro, dá um apertão:

- Ahhh, não quer estudar? Bem, perfeito. Vadio dentro de casa eu não mantenho, então vai trabalhar...

O velho, que tem muitos amigos, fala com um deles, que fala com outro até que ele consegue uma audiência com um político que foi seu colega lá na época de muito tempo atrás:

- Rodriguez! Meu velho amigo! Tu lembra do meu filho? Pois é, terminou o segundo grau e anda meio à toa, não quer estudar. Será que tu não consegue nada pro rapaz não ficar em casa vagabundeando?

Aos 3 dias, Rodriguez liga:

- Zé, já tenho. Assessor na Comissão de Saúde no Congresso, R$ 9.000,00 por mês, pra começar.

- Tu tá loco! O guri recém terminou o colégio, não vai querer estudar mais, consegue algo mais abaixo...

Dois dias depois:

- Zé, secretário de um deputado, salário modesto, R$ 5.000,00, tá bom assim?

- Nããão, Rodriguez, algo com um salário menor, eu quero que o guri tenha vontade de estudar depois... Consegue outra coisa.

- Olha Zé, a única coisa que eu posso conseguir é um carguinho de ajudante de arquivo, alguma coisa de informática, mas aí o salário é uma merreca, R$ 2.800,00 por mês e nada mais...

- Rodriguez, isso não, por favor, alguma coisa de R$ 500,00, R$ 600,00, pra começar.

- Isso é impossível Zé!

- Mas, por quê?!

- Porque esses são por concurso, precisa de título superior, mestrado, currículo, bons antecedentes, experiência prévia... É difícil!

Debate de menininhas

Assim como o primeiro debate para Presidente da República, o debate da quinta-feira passada (12) para Governador de São Paulo deixou muito a desejar. Esperei ansiosamente por uma verdadeira luta de ideias, projetos e confrontamento baseado nos grandes problemas de nosso Estado. Mas o que vi foi um grande encontro para encher linguiça. Ficamos, mais uma vez, sem a oportunidade de encontrar o melhor candidato para entregar nosso voto.

Paulo Skaf, até então meu candidato favorito ao cargo, começou nervoso demais e chutando o português, algo compreensivo já que era sua primeira participação em debates eleitorais. Mas senti falta de um embate de frente com o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin. Faltou a ele ousadia em cobrar explicações mais plausíveis de questões importantes, como transporte público, pedágios e educação.

Aloizio Mercadante optou por seguir a "linha Dilma", mencionando exaustivamente o Presidente Lula e criticando a esmo o governo do PSBD. Seu distanciamento da lógica de um debate o fez se prender a três assuntos – educação, segurança e saúde – repetindo sem parar que o problema das escolas é o crack e que a saúde e a segurança estão péssimas. Mas em momento algum ele nos deu ideias do que pretende fazer para melhorar essas áreas. E ainda me pergunto se ele realmente pensa ser um ótimo projeto instalar câmeras de segurança na porta das escolas para, em suas palavras, "afastar o crack", como se essa fosse a única solução existente para a violência nas escolas públicas. Aliás, o que o PT tem com o crack? Assim como o Mercadante, Dilma Rousseff também gravou em sua mente que esse é o principal – se não único – problema a ser resolvido.

Geraldo Alckmin sempre que perguntado sobre algo espinhoso e polêmico (a menina dos olhos para seus oponentes foi o preço abusivo e o número absurdo de pedágios) saiu pela tangente usando números e vomitando informações para mostrar grandiosidade dos feitos de seu partido no comando do Estado, desviando assim o foco do que realmente importava: por que tantos pedágios? Por que a expansão do metrô é praticamente nula? Por que a educação continua no século passado? Se depender do candidato tucano, nunca saberemos essas respostas.

Mas o brilho da noite foi
Fábio Feldmann, candidato pelo Partido Verde. De fala calma, clara e objetiva, o candidato verde foi o que conseguiu melhor expressar seus ideais, quais serão suas metas para o futuro e qual é sua opinião sobre o momento atual do Estado de São Paulo.

Infelizmente grande parte do que foi vomitado no debate poderá ser aproveitado. Entre alfinetadas, velhas promessas e papo furado de político a certeza que ficou é de que nada mudará nos próximos 100 anos.

14 agosto, 2010

Dilma no "JN"


Só agora assisti a tão falada entrevista da Dilma Rousseff ao "Jornal Nacional", e digo que não achei nada de mais. Tem militante dizendo que o Willian Bonner e a Fátima Bernardes não foram imparciais, mas você reparou que eles não perguntaram nada que não fosse baseado em fatos documentados e de conhecimento público? Achei válido o questionamento sobre as alianças com Sarney e Collor, antigos inimigos declarados do PT, mas muitos disseram que isso foi "desnecessário". Engraçado como os petistas acham "desnecessário" tudo o que não seja bajulação ao Lula e a Dilma...

Mas e o que você pensa sobre a entrevista? Também tem em mente que a TV Globo planeja um golpe contra a candidatura da Dilma e tentará fazer isso mostrando às pessoas como a Dilma se sai mal ao responder coisas simples e espinhosas? Aliás, isso é muito típico dos políticos do PT.

11 agosto, 2010

Para você votar direito

Para melhorar o Brasil não basta votar, é preciso conhecer a fundo as propostas e o histórico político e público de seus candidatos. Nunca é demais saber o grau de instrução, histórico familiar, suas ligações políticas, etc. Tudo é válido para você ter plena certeza de que fará uma ótima escolha, e que colocará no poder políticos dignos da montanha de dinheiro que recebem pelo pouco que fazem.

Pensando nisso, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulga em seu site a lista completa dos candidatos a todos os cargos pretendidos nessa eleição. Lá você tem acesso, dentre outras coisas, à declaração de bens, certidão criminal, prestação de contas de onde vem o dinheiro para a campanha e a situação da candidatura (se foi impugnada ou não). Essas são informações básicas, mas muito importantes para que tenhamos a certeza de que votamos corretamente, depositando nossa preciosa confiança em pessoas que farão bom uso de seus títulos.

E me chamou muito a atenção a quantidade de candidatos que tem como grau de instrução "saber ler e escrever". Um exemplo é o
candidato a Deputado Federal Francisco Everardo Oliveira Silva, mais conhecido por Tiririca. Como se não bastasse não ter declarado nenhum bem em seu nome (onde será que ele usa todo o dinheiro que ganha fazendo idiotices na TV?!), disse ter em caixa mais de R$ 3 milhões para ludibriar a opinião pública tentando nos convencer de que merece, e muito, nosso voto.

A dúvida que me acometeu foi pelo fato de que uma pessoa que tem como grau de instrução "saber ler e escrever" ter conseguido levantar mais de R$ 3 milhões para sua campanha e ainda ter a coragem de nos dizer que não possui nenhum bem. Alguém com tantos doadores realmente pretende trabalhar em prol do desenvolvido do país? A quem ele prestará serviço SE eleito? Quais critérios seus colaboradores tiveram para depositar tanta confiança (e dinheiro) em uma pessoa sem qualquer nível intelectual, cultural e político para exercer qualquer que seja o cargo pretendido?

Temos tantos problemas para serem resolvidos em São Paulo que eleger um cidadão como o Tiririca para nos representar em Brasília tornará ainda pior a situação de nosso Estado. Pessoas como ele não se jogam no meio político por vocação, vontade de mudar o mundo ou não tiveram qualquer "chamado divino". Eles simplesmente querem uma nova fonte de renda mais polpuda, mais fácil e uma vida cheia de benesses à custa dos nossos impostos.

Outro grande fiasco da política em São Paulo é a
Suellem Aline Mendes Silva, conhecida intimamente por "Mulher Pêra". Ela é mais uma daquelas mulheres que as únicas coisas a oferecer são peitos siliconadas e bundas fartas. E, assim como Tiririca, seu grau de instrução não passou do "saber ler e escrever" (tem coisa pior do que estar no mesmo nível do Tiririca?). Seu único bem declarado foi um automóvel Mercedes no valor de R$ 20 mil.

Para a campanha a senhorita de peitos grandes disse ter em seu cofrinho R$ 3 milhões. Mas acredito que a julgar pelo tamanho de seu decote na foto que aparecerá na urna eletrônica, com menos de R$ 100 ela conseguiria o mesmo número de votos. Afinal, peitos e bundas são a grande paixão nacional, atrás apenas de programas dominicais fúteis. Com aquele par de peitões a mostra não há marmanjo sem cérebro que não depositará seu voto (e sua dignidade) nessa mulher que hora se vende como fruta e hora se vende como um pedaço de carne.

Para você não cair no erro de votar em absurdos como esses, acesse o site do TSE e pesquise sobre seu candidato. É um ato simples e rápido, que lhe tomará poucos minutos, mas que ajudará você a fazer a melhor escolha que definirá o futuro de um país inteiro.

O despreparo de Dilma

O grande problema do PT é ver em si mesmo a salvação do mundo, a verdade absoluta. Comportam-se como uma religião, com seus fanáticos prontos a explodir ao menor sinal de pressão popular ou da imprensa. A imprensa, aliás, é sua grande inimiga, que se acha no direito de mostrar ao povo todo tipo de mazela com o bom senso e o dinheiro público. "Como pode esses jornalistas falarem mal da gente e do nosso deus, Lula?!", e "como pode esse povo ingrato dizer que o Brasil tem problemas depois do tanto que fizemos por eles, o tanto de dinheiro que lhe demos com o Bolsa Família?", é o que pensam os fanáticos religiosos petistas.

Dilma Rousseff
não passa de um produto moldado a nove dedos pelo "maravilhoso", "grandioso", "único" e "estupendo" Presidente Lula, o "grande salvador desta nação" que, segundo ele, só pode ser considerado um país de verdade a partir da sua subida ao trono. Agora, para manter a supremacia petista, manter escondidos todas as suas falcatruas, tentam emplacar como a "continuista da salvação" a digníssima Dilma. O problema é que esqueceram do completo despreparo dessa mulher a seguir qualquer carreira que exija o uso de duas habilidades que lhe faltam: falar em público com eloquência e pensar sozinha. E isso ficou muito claro no primeiro debate, transmitido pela Band, e na entrevista ao "Jornal Nacional".

Nos resta então a grande dúvida: o povo continuará comprando a ideia de que essa candidata é mesmo o melhor que pode nos acontecer?

09 agosto, 2010

Esclarecimentos

Algumas pessoas me criticam por falar mal do meu local de trabalho, a Secretaria de Economia e Planejamento do Governo do Estado de São Paulo. Mas o que essas pessoas não percebem é que meus comentários e minha clara indignação pelo modo como funciona esta Secretaria são feitos como cidadão e pagador de impostos. Todos nós temos o direito de saber o que acontece dentro dos órgãos públicos e o dever de cobrar melhorias.

Como funcionário desta Secretaria a pouco mais de um ano pude ver abertamente como funciona o Governo. Aprendi que não importa o partido no comando ou a história política de nossos governantes, o fisiologismo e a pouca importância com o bom andamento do sistema são regras seguidas à risca. A máquina estatal é gorda e lenta para satisfazer o prazer odioso pela burocracia que propicia a corrupção, tornando a transparência do poder público algo para ser visto apenas em livros de contos de fada.

A importância que dou ao ambiente político livre dessa sujeira de politicagem é vista como imaturidade. Dizem que "o Governo é assim", que "sem maracutaias e coleguismos não há política". Acontece que ter esse tipo de pensamento é o que faz ainda existir em nosso país absurdos como Paulo Maluf, "aloprados do PT", mensalão e outros casos mais que ficarão marcados para sempre na história política de terceiro mundo do Brasil. Enquanto as pessoas não acordarem para o que realmente importa e deixar de pensar que política é um caso secundário continuaremos esse país pobre, burro e atrasado.

04 agosto, 2010

Me apresentando mais adequadamente

Cansado de não receber mais convites para entrevistas de emprego decidi dizer aos recrutadores o que penso sobre a odiosa forma como eles selecionam seus candidatos. Abaixo você pode ler minha nova carta de apresentação. Uma nova e direta forma de mostrar às empresas como sou.

E antes que você me critique por ter essa atitude, lhe faço uma pergunta: depois de dois anos sem ligações de empresas acha mesmo que estou me importando se ligam ou não? Até porque, já estou ciente de que não será um texto como o meu que fará eles mudarem de opinião, pois não me querem há um bom tempo.


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Se me permite, gostaria de fugir da média e escrever minha carta de apresentação de uma forma diferente. Então peço que você pare e pense por um minuto: você está à procura de um funcionário exemplar ou qualquer um que não tenha dívidas?

Digo isso por ter notado que desde o dia em que meu nome foi incluído no rol demoníaco do Serviço de Proteção ao Crédito, o SPC (a sigla mais temida do mundo, depois do HIV), parece que fui abolido de todas as entrevistas para emprego.

Mas afinal, o que vocês, recrutadores, procuram realmente em um futuro funcionário? Quais as qualidades exatas vocês esperam de um candidato? Comprometimento? Responsabilidade? Bom relacionamento interpessoal? Fácil aprendizado? Dinamismo? Então lhes digo que tenho todas essas características, somadas às pequenas peculiaridades de minha personalidade que me fazem ser quem sou. Mas então porque cercear meu direito a um emprego digno e com salário decente pelo único fato de ter o nome "negativado" por um infortúnio do destino? Por que não dar a chance àqueles que realmente querem trabalhar e se livrar de suas dívidas e amarguras e buscar um futuro melhor, com mais felicidade e dinheiro na carteira?

Atualmente sou mais um dentre os milhares de funcionários públicos do Governo do Estado. A falta de oportunidades mais atrativas me forçou a ficar preso a esse emprego para ao menos ter alguns trocados. Sim, alguns trocados, porque as desvantagens de ser um funcionário público superam as vantagens (que, sinceramente, é apenas uma, o famoso "não ser demitido"). Então, antes que você se pergunte "o que diabos esse cara quer na minha empresa se já tem um emprego 'maravilhoso' no Governo?!" sinta-se informado: isso não é vida! Desempenho um papel sujo e indigno àqueles que, como eu, zelam por um ambiente político limpo e humano.

Você pode não acreditar, mas no Governo não há incentivos financeiros aos bons funcionários. Vantagens? Só se for parente. E, infelizmente, não tive a sorte de ter um parente no setor em que trabalho.

Tenho bons planos para quando me livrar do funcionalismo público. Um deles é voltar à faculdade (deixada de lado por problemas urbanos e de saúde). Outro grande plano (o mais importante para mim) é minha saída da casa de meus pais, na cidade de Osasco. Como você deve saber, viver na Grande São Paulo implica morrer no trânsito agonizante e no transporte público deficiente. Preciso de uma vida mais dinâmica, perto dos amigos, do trabalho e das minhas diversões.

Para me conhecer melhor acesse meu blog e o LaskaKumbuka, site de notícias do qual faço parte desde 2006. Veja minhas ideias, meus ideais e como comando minha vida. Assim você terá boas bases para saber o que pensar de mim, que vai muito além da minha vida financeira.

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