25 abril, 2011

Quem tem medo da Patty Hewes?


A novela acabou! "Damages", uma das séries mais prestigiadas do mundo, voltará à TV americana em julho após meses de impasses entre as produtoras. Finalmente Patty Hewes e Ellen Parsons terão mais duas temporadas de vida, para o deleite de milhões de fãs que passaram os últimos meses apreensivos com a notícia do cancelamento da série pelo canal pago americano FX. Pelo novo acordo firmado a DirecTV passará a ter os direitos de produção das novas temporadas e exibição das três anteriores.

Durante três temporadas "Damages" surpreendeu a todos com seu roteiro brilhante e engenhoso de tirar o fôlego e elenco de primeira linha. Também não seria para menos, com Glenn Close numa atuação perfeita como Patricia Hewes, a mais poderosa e respeitada advogada dos Estados Unidos, que fez fama e fortuna vencendo seus casos das formas mais obscuras possíveis, não respeitando ética, moral ou leis. Para Patty o fim sempre justifica os meios, não importando quais danos cause pelo caminho. A perfeição com que Glenn Close dá vida à protagonista já lhe rendeu 13 indicações de melhor atriz, das quais ganhou 3. Quem já sentiu frio na espinha apenas com aquele olhar frio e penetrante sabe que essas indicações foram mais do que merecidas.

Sempre baseando suas histórias em acontecimentos ou pessoas reais, apenas adicionando os elementos ficcionais necessários para dar a característica já conhecida da série, "Damages" teve em sua eletrizante primeira temporada (iniciada em 2007) a guerra travada entre Patty Hewes e um empresário que levou à falência sua companhia roubando o dinheiro dos acionistas. Nessa temporada conhecemos Ellen Parsons, uma jovem recém-formada na faculdade de Direito que, após ser contratada para o emprego dos seus sonhos, passa a conhecer o mundo de Patty Hewes e seus métodos de trabalho escusos e pouco republicanos.

Para a segunda temporada Patty voltou ainda mais fria para lutar contra uma indústria química que causou danos ao meio ambiente. Até agora essa é a melhor temporada da série, com Glenn Close ainda mais assustadora e cenas de fazer você não querer desgrudar os olhos da TV por um minuto sequer. E é na segunda temporada que Ellen passa da ingênua recém-saída da faculdade para uma verdadeira funcionária de Patty Hewes.

A terceira temporada, a menos empolgante, mas não pior, teve como foco a maior fraude corporativa da história americana. E coube a Patty a recuperação do dinheiro, da forma que só ela sabe fazer, claro.

Para a quarta temporada, que terá 10 episódios, os criadores e produtores da série Daniel Zelman, Glenn Kessler e Todd Kessler anunciaram que Patty brigará contra uma companhia de segurança contratada pelo Governo para atuar no Iraque.

Com esse tema explosivo tudo indica que a volta de "Damages" não deixará nada a desejar. Prenda a respiração e espere por mais intrigas e jogadas de mestre de Patricia Hewes.

15 abril, 2011

A cidade está melhor sem os fretados?

Após a restrição, o caos.

Quase dois anos depois de começar a vigorar a restrição aos ônibus fretados na cidade de São Paulo a Prefeitura alega que os congestionamentos diminuíram, a vida das pessoas está muito melhor e o sistema de transporte público flui magnificamente. Um verdadeiro conto de fadas. Mas, longe da fantasia criada pelos políticos para justificar suas tomadas de decisões errôneas, a realidade é totalmente diferente.

Se olharmos as médias de congestionamento dos últimos anos veremos que pouco, ou nada, mudou com os ônibus fretados fora da área conhecida como "centro expandido", região com as piores vias para se trafegar. E, levando-se em conta os milhares de carros a mais que passaram a rodar pelas ruas da cidade após a abrupta restrição, a ideia do Prefeito Kassab se mostra ineficiente, atrasada e completamente equivocada, indo totalmente contra o que se espera de uma cidade que busca melhorar a mobilidade do seus moradores e visitantes. Ideia esta que fora tomada unicamente para satisfazer os donos das companhias de ônibus que atuam nas linhas municipais, insatisfeitos com a crescente demanda ávida pelos excelentes serviços oferecidos pelas companhias de fretados.

As justificativas para a restrição, e praticamente extinção, desse serviço foram muitas. Teve quem dizia "ser um serviço que favorece somente a classe média", como se eles fossem cidadãos de segunda classe, sem o direito de exigir serviços de melhor qualidade. Outros apostaram na demonização, declarando serem os ônibus fretados os grandes vilões do trânsito, esquecendo que o verdadeiro vilão do caos urbano é a falta de planejamento durante anos por parte dos governantes.

Para derrubar a teoria de que seriam os ônibus fretados os grandes vilões basta fazermos uma conta simples: a frota que circulava pela cidade era de pelo menos 1.300 ônibus. Cada ônibus comporta em média 50 pessoas. Supondo que dessas 50 pessoas 45 tenham carro, chegamos facilmente à conclusão de que, ao todo, os ônibus fretados tiravam das ruas, todos os dias, 58.500 carros. Carros esses que hoje voltaram a abarrotar as ruas e avenidas, piorando ainda mais a qualidade de vida das pessoas e do ar que respiramos.

Apostando numa ideia sem qualquer fundamento lógico, a Prefeitura de São Paulo mostrou, mais uma vez, não estar preparada para enfrentar os problemas dos congestionamentos intermináveis e do transporte público deficiente. E os políticos, como não poderia deixar de ser, mostraram não estarem interessados em melhorar a vida dos seus cidadãos, mantendo seus olhos virados para seus umbigos. E enquanto o Prefeito Kassab sair de helicóptero do seu belo apartamento para ir à Prefeitura por causa do trânsito, absolutamente nada do que está errado mudará tão cedo.

13 abril, 2011

Banco Cyan - Pelo uso consciente da água


Em tempos de consciência ambiental proliferam iniciativas para o uso correto dos recursos naturais (que, ao contrário do que a maioria das pessoas acredita, são finitos sim). E uma dessas iniciativas veio para mudar a forma como encaramos o uso da água potável. Numa parceria entre o Movimento Cyan (criado pela companhia de bebidas Ambev) e a Sabesp (companhia de saneamento básico do Governo do Estado de São Paulo) foi criado o Banco Cyan, onde a moeda são os litros d'água economizados.

O banco funciona de uma forma muito simples: você acessa o site, abre sua conta e começa a economizar água na sua casa ou estabelecimento comercial. Quanto mais você economizar mais pontos acumula, podendo trocar por descontos em produtos e serviços das empresas participantes, como Submarino, Americanas.com, entre outras.

Por enquanto apenas pessoas atendidas pela Sabesp podem participar do Banco Cyan, mas em breve o projeto será estendido para outras regiões, e todos poderão desfrutar desse novo jeito fácil e divertido de economizar água. O planeta agradece. O seu bolso mais ainda.

11 abril, 2011

A cultura brasileira muito além do samba e Carnaval


Sempre fizeram questão de mostrar o Brasil como sendo um país de samba e Carnaval. Quando o assunto é música, sempre falam do samba. Quando o assunto é festa, sempre falam do Carnaval. É como se o Brasil fosse um país pobre culturalmente, incapaz de produzir qualquer outra coisa que não seja samba e Carnaval. Mas o programa "Almanaque Brasil" veio para mostrar o quanto nosso país é rico culturalmente, com diversas faces, cores e sons, indo muito além da Sapucaí.

Fruto da parceria entre a produtora Andreato, TV Brasil e Fundação Padre Anchieta (mantenedora da TV Cultura), o "Almanaque Brasil", apresentado pela cantora Luciana Mello, nos traz de forma descontraída e divertida um pouco da história do nosso país, as personalidades de grande importância para a cena cultural nacional e curiosidades da nossa cultura popular, nos ensinando que somos multiculturais e ricos.

"Almanaque Brasil" vai ao ar na TV Brasil aos sábados, às 19h (reprise nas segundas, às 20h), e na TV Cultura aos domingos, às 14h30 (reprise aos sábados, às 15h30).

09 abril, 2011

O porque do atirador do Realengo



Sensacionalismos e comoção pública à parte, não podemos nos deixar levar pelas circunstâncias e esquecer os verdadeiros motivos que levaram o jovem Wellington, de 23 anos, a disparar contra as crianças da sua antiga escola, no bairro do Realengo, no Rio de Janeiro. Se analisarmos com um pouco mais de atenção encontraremos facilmente dois desses motivos: Primeiro, devemos ter em mente que ele era claramente uma pessoa com distúrbios mentais sérios que não recebeu o tratamento adequado simplesmente porque sua família, amigos e professores apenas o achavam "um menino estranho e quieto". Segundo, que a escola em que ele passou sua infância falhou ao não identificar os distúrbios mentais para encaminhar o jovem para tratamento adequado, como se espera de uma escola preocupada com o bem-estar das suas crianças e preparada para lidar com alunos que demonstrem ter algum distúrbio psiquiátrico.

Comoção pública sempre é palco para ideias e comentários esdrúxulos. Falou-se da necessidade de instalação de detectores de metais nas escolas, como se transformá-las em mini presídios resolvesse os problemas. Também trouxeram à tona a questão do porte de armas, como se ter ou não porte mudasse o fato de que Wellington poderia conseguir as armas de fogo usadas no ataque em qualquer canto (assim como proibir a venda de drogas não impede que as pessoas se droguem). Até o Governador Sérgio Cabral ajudou a deturpar a história chamando Wellington de "animal" e pregando que o assunto é um "problema de segurança pública". Levar o foco do problema para esse lado serve unicamente para desviar a atenção da questão principal, que é a incapacidade do Estado brasileiro de oferecer tratamento psicológico adequado e de qualidade. É grande o número de pessoas que apresentam sintomas sérios de distúrbios mentais e que não conseguem atendimento na rede pública de saúde, colocando em risco a vida das pessoas nas ruas, das próprias famílias, e delas mesmas. Como exemplo temos o caso do personal trainer Alexandre Fernando Aleixo, que agrediu um cliente da Livraria Cultura com um taco de beisebol em dezembro de 2009. Mais tarde soube-se que Alexandre sofre de esquizofrenia.

E quem não lembra do estudante de medicina Mateus da Costa Meira, que disparou uma metralhadora dentro da sala de cinema do Morumbi Shopping, em São Paulo? Depois, no decorrer das investigações, constatou-se que o jovem era mais um dentre os milhões de brasileiros que sofrem de algum distúrbio mental.

Enquanto tratarem a saúde psiquiátrica com descaso e os doentes serem taxados de "animais" teremos muito mais casos como o do Realengo, da Livraria Cultura e do Morumbi Shopping. Só espero que com a Presidente Dilma ficando comovida com o caso do Rio de Janeiro as prioridades dentro da saúde comecem a mudar.
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