Assim como o primeiro debate para Presidente da República, o debate da quinta-feira passada (12) para Governador de São Paulo deixou muito a desejar. Esperei ansiosamente por uma verdadeira luta de ideias, projetos e confrontamento baseado nos grandes problemas de nosso Estado. Mas o que vi foi um grande encontro para encher linguiça. Ficamos, mais uma vez, sem a oportunidade de encontrar o melhor candidato para entregar nosso voto.
Paulo Skaf, até então meu candidato favorito ao cargo, começou nervoso demais e chutando o português, algo compreensivo já que era sua primeira participação em debates eleitorais. Mas senti falta de um embate de frente com o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin. Faltou a ele ousadia em cobrar explicações mais plausíveis de questões importantes, como transporte público, pedágios e educação.
Aloizio Mercadante optou por seguir a "linha Dilma", mencionando exaustivamente o Presidente Lula e criticando a esmo o governo do PSBD. Seu distanciamento da lógica de um debate o fez se prender a três assuntos – educação, segurança e saúde – repetindo sem parar que o problema das escolas é o crack e que a saúde e a segurança estão péssimas. Mas em momento algum ele nos deu ideias do que pretende fazer para melhorar essas áreas. E ainda me pergunto se ele realmente pensa ser um ótimo projeto instalar câmeras de segurança na porta das escolas para, em suas palavras, "afastar o crack", como se essa fosse a única solução existente para a violência nas escolas públicas. Aliás, o que o PT tem com o crack? Assim como o Mercadante, Dilma Rousseff também gravou em sua mente que esse é o principal – se não único – problema a ser resolvido.
Geraldo Alckmin sempre que perguntado sobre algo espinhoso e polêmico (a menina dos olhos para seus oponentes foi o preço abusivo e o número absurdo de pedágios) saiu pela tangente usando números e vomitando informações para mostrar grandiosidade dos feitos de seu partido no comando do Estado, desviando assim o foco do que realmente importava: por que tantos pedágios? Por que a expansão do metrô é praticamente nula? Por que a educação continua no século passado? Se depender do candidato tucano, nunca saberemos essas respostas.
Mas o brilho da noite foi Fábio Feldmann, candidato pelo Partido Verde. De fala calma, clara e objetiva, o candidato verde foi o que conseguiu melhor expressar seus ideais, quais serão suas metas para o futuro e qual é sua opinião sobre o momento atual do Estado de São Paulo.
Infelizmente grande parte do que foi vomitado no debate poderá ser aproveitado. Entre alfinetadas, velhas promessas e papo furado de político a certeza que ficou é de que nada mudará nos próximos 100 anos.
17 agosto, 2010
Debate de menininhas
escrito por
Thiago da Hora
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Um comentário:
repito o que já disse em outro espaço
o que me irria no Partido Verde é que ele virou o Gato do "quem não tem cão, caça com gato"... não tem pretensão nenhuma!
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