O aborto não é um tema polêmico apenas pelo fato de envolver a interrupção de vidas. O aborto causa discussões intensas apenas por se tratar de um ato que o povo cristão diz ser contra as "leis" de seu deus. Mas afinal, porque todos devem seguir as "leis" de algo que nem todos acreditam? Por que condenar mulheres carentes que, não tendo o poder aquisitivo das mulheres das classes A e B, que podem procurar clínicas chiques em bairros nobres, procuram curandeiras ou parteiras para realizar o aborto, correndo o risco de morrer em decorrência de complicações? Seria esse o desejo de deus? A morte de mulheres que não podem ter acesso ao atendimento médico de qualidade e à educação não pode ser visto como uma afronta à religião.
O Governo de um país onde a curetagem, procedimento pós-aborto, é a cirurgia mais realizada pelo SUS (3,1 milhões entre 1995 e 2007, de acordo com o Ministério da Saúde) tem por obrigação deixar a hipocrisia de lado e abordar o assunto sem preconceitos, passando a tratá-lo como uma das prioridades na saúde pública. E a população tem o direito de ter suas decisões respeitadas, sem o julgamento religioso e a interferência dos desejos de alguns grupos que nada tem com o papel de Governo.
A informação é a maior aliada nesse assunto. Para acabar com preconceitos, informar melhor a população e derrubar tudo o que grupos religiosos tentam disseminar na mente do povo, foi criado o site Aborto em Debate. Um espaço para a livre discussão e para encontrar tudo o que você precisa saber para fugir do senso comum e formar sua própria opinião sobre o aborto.