Nas eleições de 2004 para Prefeito, Emídio de Souza, então candidato à Prefeitura da cidade de Osasco, esbravejava a torto e a direita que achava ultrajante o duopólio formado por Viação Osasco e Urubupungá, duas das maiores empresas do setor de transporte de passageiros do Estado de São Paulo, que não só dominavam o sistema de transporte público da cidade, como também faziam o que bem queriam, em detrimento da população. No calor da campanha foram prometidas muitas coisas para a suposta reforma no setor. Fim do duopólio e fortalecimento da CMTO, a companhia de transporte da Prefeitura, eram algumas das principais medidas apresentadas pela campanha de Emídio. Era tudo muito lindo e poético.
Vencida a eleição, Emídio fez a única coisa que nossos políticos sabem fazer perfeitamente bem: arreganhou as pernas à iniciativa privada. Ele não só renovou os contratos com as duas empresas como também aumentou o valor da passagem de ônibus (indo para R$ 2,50) e pôs fim à CMTO, a tornando nada além de uma sigla gravada nos ônibus da cidade, numa tentativa de nos fazer crer que seja algo como a SPTrans da Prefeitura de São Paulo.
Atualmente, estamos aturando sua segunda gestão, e o glorioso Prefeito Emídio de Souza mostra ainda mais suas garras no bolso (e na paciência) da população de Osasco. Desde o começo dessa semana a passagem dos ônibus municipais passou a custar R$ 2,70, algo irreal se comparado às passagens da CPTM e Metrô (R$ 2,55) e dos ônibus municipais da cidade de São Paulo (R$ 2,30). E a comparação é impossível também na qualidade do serviço oferecido. Ônibus que chegam a demorar 3 horas para passar, sobreposição de linhas, falta de planejamento na distribuição dos ônibus nas linhas e veículos completamente desconfortáveis. Tudo isso agora custando R$ 2,70, um preço incompatível com a realidade e o bom senso.
Só de imaginar que esse nobre e amável político pensou realmente em ser candidato à Governador do Estado sinto asco por um dia ter cogitado dar meu voto à ele.