15 abril, 2011

A cidade está melhor sem os fretados?

Após a restrição, o caos.

Quase dois anos depois de começar a vigorar a restrição aos ônibus fretados na cidade de São Paulo a Prefeitura alega que os congestionamentos diminuíram, a vida das pessoas está muito melhor e o sistema de transporte público flui magnificamente. Um verdadeiro conto de fadas. Mas, longe da fantasia criada pelos políticos para justificar suas tomadas de decisões errôneas, a realidade é totalmente diferente.

Se olharmos as médias de congestionamento dos últimos anos veremos que pouco, ou nada, mudou com os ônibus fretados fora da área conhecida como "centro expandido", região com as piores vias para se trafegar. E, levando-se em conta os milhares de carros a mais que passaram a rodar pelas ruas da cidade após a abrupta restrição, a ideia do Prefeito Kassab se mostra ineficiente, atrasada e completamente equivocada, indo totalmente contra o que se espera de uma cidade que busca melhorar a mobilidade do seus moradores e visitantes. Ideia esta que fora tomada unicamente para satisfazer os donos das companhias de ônibus que atuam nas linhas municipais, insatisfeitos com a crescente demanda ávida pelos excelentes serviços oferecidos pelas companhias de fretados.

As justificativas para a restrição, e praticamente extinção, desse serviço foram muitas. Teve quem dizia "ser um serviço que favorece somente a classe média", como se eles fossem cidadãos de segunda classe, sem o direito de exigir serviços de melhor qualidade. Outros apostaram na demonização, declarando serem os ônibus fretados os grandes vilões do trânsito, esquecendo que o verdadeiro vilão do caos urbano é a falta de planejamento durante anos por parte dos governantes.

Para derrubar a teoria de que seriam os ônibus fretados os grandes vilões basta fazermos uma conta simples: a frota que circulava pela cidade era de pelo menos 1.300 ônibus. Cada ônibus comporta em média 50 pessoas. Supondo que dessas 50 pessoas 45 tenham carro, chegamos facilmente à conclusão de que, ao todo, os ônibus fretados tiravam das ruas, todos os dias, 58.500 carros. Carros esses que hoje voltaram a abarrotar as ruas e avenidas, piorando ainda mais a qualidade de vida das pessoas e do ar que respiramos.

Apostando numa ideia sem qualquer fundamento lógico, a Prefeitura de São Paulo mostrou, mais uma vez, não estar preparada para enfrentar os problemas dos congestionamentos intermináveis e do transporte público deficiente. E os políticos, como não poderia deixar de ser, mostraram não estarem interessados em melhorar a vida dos seus cidadãos, mantendo seus olhos virados para seus umbigos. E enquanto o Prefeito Kassab sair de helicóptero do seu belo apartamento para ir à Prefeitura por causa do trânsito, absolutamente nada do que está errado mudará tão cedo.

2 comentários:

Marcelle disse...

Ou seja, NUNCA nada mudará na cidade de São Paulo. A não ser que seja pra pior, é claro.

Anônimo disse...

Eu nunca vou perdoar esse Kassab por ele ter tirado os fretados. Mudei de emprego para trabalhar na av. paulista contando com o onibus fretado que saia da porta da minha casa e me deixava no emprego em menos de uma hora. Agora, por falta de opção sou obrigada a pegar onibus lotado, não posso nem mesmo pegar metro ja que por conta do stress que passo todos os dias desenvolvi claustofobia, estou quase perdendo o emprego, da vontade de processar um cretino desses.

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