Nessa minha nova fase de "estar funcionário público" pude perceber melhor os verdadeiros problemas da administração pública. E nada tem a ver com dinheiro ou condições de trabalho como sempre é alardeado na mídia e em greves.
Em minha recente experiência de pouco mais de 10 meses coletei informações e formulei soluções que nunca serão levadas em conta. Uma delas seria acabar com o mar de chefes que assola todo ambiente do governo, mais conhecido como “muito chefe para pouca tribo”. Isso leva aos conflitos de interesses e as informações perdidas pelo caminho. O serviço não rende e o serviço público piora.
Outro ponto que merece mudança é a profissionalização dos cargos de liderança. Um bom exemplo do mal que a falta de profissionais qualificados é a direção das escolas. Atualmente, para ser um diretor basta ter passado alguns anos em sala de aula. Não são exigidos conhecimentos comuns a qualquer administrador, levando as escolas ao abismo da má gestão de verbas e atendimento sofrível à comunidade.
Mas o que mais me chamou a atenção nessa área foi uma característica muito típica do funcionalismo: odiar todos os funcionários recém-chegados. É engraçado ver atitudes que seriam impensáveis em empresas privadas serem toleradas e até mesmo incentivadas em qualquer órgão público. Para mim, essa maneira de agir demonstra um grande medo de serem “ofuscados”, afinal, funcionários novos são sempre mentes frescas e descansadas prontas a desempenharem um trabalho melhor do que o feito pelos que estão há anos acomodados no funcionalismo público.
Mas há algo que eu aprendi nessa fase passageira. Aprendi que pessoas não são confiáveis. Muito menos aquelas que sorriem e dão bom dia. Também aprendi a nunca dar as costas a um funcionário público. Eles são animais mais traiçoeiros que um tigre faminto.
PS: A pergunta que não quer calar: por que funcionário público se veste tão mal?
17 março, 2009
Funcionalismo sem causa
escrito por
Thiago da Hora
Marcadores:
Comportamento,
Cotidiano,
Meu martirio
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7 comentários:
É a tal, falência do estado. Somado a nepotismos, maracutaias, entre outros. O mal do Brasil, é o jeito brasileiro.
Parabéns pelo texto (altamente) critico!
Até mais, cara!!!
Gostei bastante do seu texto pois isso também acontece aqui no meu trabalho, que tbm é público, apesar de ter certa autonomia em relação ao governo do Estado.
A questão do funcionário novo então é pontual. Os chefes atuais são incompetentes e não sei porque cargas d'agua continuam como chefes.
Eles morrem de medo de perderem seus cargos para quem tá chegando. O curioso é que não precisa de nenhum esforço adicional. Acho que a acomodação de anos e anos como chefe transforma o cara em um "vagabundo".
Mas muitas das vezes, o que queremos, é só um cantinho sombreado para poder trabalhar em paz.
Parabéns pelo texto!
Gostei bastante do seu texto pois isso também acontece aqui no meu trabalho, que tbm é público, apesar de ter certa autonomia em relação ao governo do Estado.
A questão do funcionário novo então é pontual. Os chefes atuais são incompetentes e não sei porque cargas d'agua continuam como chefes.
Eles morrem de medo de perderem seus cargos para quem tá chegando. O curioso é que não precisa de nenhum esforço adicional. Acho que a acomodação de anos e anos como chefe transforma o cara em um "vagabundo".
Mas muitas das vezes, o que queremos, é só um cantinho sombreado para poder trabalhar em paz.
Parabéns pelo texto!
coloquieo você na minha lista de blogs :D
esse é meu novo blog :D
se cuida menine!
kra gostei muito do seu texto, tbm trabalho em um orgão público, mas descordo de vc em uma parte, onde vc fala que "Aprendi que pessoas não são confiáveis". Infelizmente em todo tipo de serviço, seja ele público ou não, temos que aprender a confiar nas pessoas, afinal de contas, não somos nada e ninguém sozinhos!
mas a confiança tem limites e desconfiar nunca é demais!
Abraço kra!!!
kra gostei muito do seu texto, tbm trabalho em um orgão público, mas descordo de vc em uma parte, onde vc fala que "Aprendi que pessoas não são confiáveis". Infelizmente em todo tipo de serviço, seja ele público ou não, temos que aprender a confiar nas pessoas, afinal de contas, não somos nada e ninguém sozinhos!
mas a confiança tem limites e desconfiar nunca é demais!
Abraço kra!!!
Achei o que vc falou muito pertinente. Tb sou de órgão publico. Já estou ha um tempinho e o que concluo em relação a funcionários novos é que, por justamente estarem com gás, eles tumultuam o ambiente, querendo mudar processos, fluxo de atividades, trazendo novidades,etc..Pois sim, o objetivo é justamente oxigenizar o ambiente.. mas no funcionalismo isso é fora de cogitação!!!
E vc que é novo, se segure.. mas sabe tb o que me irrita profundamente.. A história da politicagem.. erggggggggg Não que no privado não tenha, mas convenhamos que no publico a politicagem chega ao up do aceitável!!! No lugar onde trabalho os cargos e as titulações são comissionadas..já viu o que isso significa...
abraços
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