Imagine um país onde discordar dos demais é considerado crime. Um país onde a liberdade de pensamento não é vista com bons olhos quando esse pensamento não vai de acordo com o que parte da população pensa. Nesse país as pessoas clamam por punição àqueles que não seguem o que eles julgam ser correto. Esse país poderia ser considerado democrático?
Há vários meses vemos um entediante embate em torno do projeto de lei 122/2006, aquele famoso por criminalizar a homofobia. De um lado dessa briga está o "povo de deus" com seus dogmas ultrapassados e opiniões duvidosas sobre como a sociedade deve viver sua vida, mas que está no pleno exercício de seu direito de criticar e não aceitar a homossexualidade. Do outro lado encontramos alguns gays querendo impor à força que todos os aceitem do jeito que são, ameaçando de prisão àqueles que pensem o contrário.
Vendo os discursos inflamados dos gays fico apenas com uma pergunta em mente: Quando foi que "ser aceito" tornou-se mais importante do que "ser respeitado"? Gays revoltados reivindicando a liberdade de serem gays ao mesmo tempo em que lutam pela aprovação de uma lei que torna crime alguém exercer seu direito constitucional de emitir uma opinião contrária à "causa gay" me causa um enorme desconforto. Querem, pela força da lei, deturpar o princípio básico da democracia em nome de uma imbecilidade criada por pessoas que parecem não entender o que é exatamente o conceito de um país democrático.
Faz sentido condenar à prisão uma pessoa apenas por ela não compartilhar da mesma opinião dos demais? Que sociedade queremos ser proibindo as pessoas de emitirem opiniões ou exercer suas religiões? Que sociedade é essa em que gays se consideram cidadãos de primeira classe e inatingíveis, quando a Constituição diz que todos são iguais e livres? - O que não está em discussão no momento é a violência e incitação ao ódio contra os gays. Assim como qualquer crime do gênero esse deve ser punido conforme o que já prevê a lei.
Muitos já leram em meu blog textos em que critico certas atitudes e pensamentos religiosos e alguns acontecimentos políticos, e que continuo a escrever por mais que minhas opiniões não agradem parte dos leitores. Isso só é possível porque vivo em um país onde sou livre para opinar tendo como base meus conhecimentos, crenças e ideologia. Esse é um direito que eu, cidadão brasileiro, não abro mão. Por que então tirá-lo de outros?
Uma sociedade democrática se constrói com debates e discussões, não com a imposição de determinadas ideias ou ideais que alguns julgam serem mais corretos. Uma sociedade igualitária se constrói com respeito à liberdade individual de pensamento, religião e orientação sexual, por mais que você possa não aceitar. Uma sociedade digna de se viver é aquela em que os cidadãos se sintam seguros e livres para expor o que pensam sem medo de serem julgados e condenados. E é por esse tipo de sociedade que todos nós devemos lutar.
3 comentários:
bela reflexão! eu não quero aceitação, eu qro respeito. foda-se se a pessoa me aceita ou não, mas ela é obrigada a me respeitar sim.
Então.. é aquilo. As pessoas estão confundindo demais as ideologias. Nem elas própias sabem o que querem e o que são, de fato. Uma pena.
Bom mesmo é dar opinião sobre qualquer assunto sem jamais ter se aprofundado nele, não é Sr Thiago? O sr não tem a MENOR IDEIA de qual é a realidade que o PLC 122 busca enfrentar, e sequer sabe o que ele de fato diz, está respondendo ao que ouviu de por aí de de segunda ou terceira ou milésima mão. Vá defender essa opinião para os adolescentes gays que apresentam uma taxa de suicídio três vezes superior à dos não gays, de tão massacrada sua autoestima - e isso é apenas UM pequeno exemplo de volumes e volumes que se podem apresentar.
Se tem coisa realmente incapaz de inviabilizar a democracia, É ISSO: opinionismo leviano.
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