23 maio, 2011

A Blockbuster não sabe o que é respeito


A Lei nº 13.747/2009, conhecida como "Lei das Entregas", sancionada pelo então Governador José Serra é clara e objetiva: as empresas ficam obrigadas a fixar data e período (manhã, tarde ou noite) para a entrega dos produtos ou realização de serviços. De posse dessas informações entrei em contato com a Blockbuster Online (empresa do grupo B2W, o mesmo dos sites de compras Submarino e Americanas.com) para solicitar que fosse respeitado meu direito de não precisar esperar o dia inteiro por uma entrega que nunca sei quando chegará. Em todas as tentativas de contato civilizado a Blockbuster Online se recusou a cumprir a lei, demonstrando claro descaso e falta de respeito com o cliente.

Cansado de ser ignorado e de receber respostas prontas do atendimento ao cliente (a empresa não possui contato telefônico. Tudo é feito somente por e-mail) resolvi recorrer a maior arma da atualidade contra empresas como a Blockbuster: a Internet. No dia 15 de junho de 2010 tomei a iniciativa de abrir uma reclamação no site especializado Reclame Aqui na esperança de que assim meu problema tivesse a atenção adequada. E por um momento teve. A Blockbuster Online respondeu dizendo: "Esclarecemos que a Blockbuster Online está em processo de adequação à Lei nº 13.747/09. Nos próximos dias, quando finalizarmos a implantação do novo sistema de entregas, nossos clientes receberão um comunicado oficial informando as mudanças e explicando os novos procedimentos."



Pura balela para enrolar mais ainda, pois até o momento, quase um ano depois, nada foi feito. Nenhum procedimento de adequação à "Lei das Entregas" foi realizado, nenhum comunicado foi enviado aos clientes e a Blockbuster Online continua informando por meio de suas mensagens padronizadas que não atenderá a determinação do Governo de São Paulo simplesmente porque não quer.

O relacionamento tempestuoso do grupo B2W com seus consumidores já não é mais novidade. O desrespeito ao cliente, o despreparo para lidar com os problemas e simplesmente falta de vontade em atender de forma satisfatória levou a empresa a protagonizar a reportagem de capa da revista Exame no início de maio desse ano. Com o título mais do que adequado "Em guerra com o consumidor", a Exame mostra em detalhes o declínio de prestígio de um dos maiores grupos de comércio eletrônico do Brasil desde a fusão entre Submarino e Americanas.com. Apenas no site Reclame Aqui a B2W teve mais de 25 mil reclamações em 2010. Já no Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor (SINDEC) a B2W somou mais de 1.800 reclamações somente no mês de janeiro deste ano.

Grandes empresas como a B2W tendem a apoiar-se na força de suas marcas, deixando de lado o fato de que a força dessas marcas provém justamente do bom relacionamento com seus consumidores. Quanto mais cedo a B2W perceber isso, mais cedo ela deixará de ser uma das piores empresas do país.

E àqueles que pensam em contratar os serviços ou fazer compras com uma das empresas da B2W, fica a dica: pense muito antes de qualquer decisão. Ainda há tempo de você evitar uma grande dor de cabeça.

21 maio, 2011

A lição dada por Amanda Gurgel

Há anos o cenário político brasileiro deixou de representar as vontades e desejos do povo. Partidos e políticos parecem viver em terras encantadas, onde tudo funciona corretamente, onde todas suas decisões são as melhores possíveis e a população está sempre feliz e satisfeita. É o "Brasil oficial" distante do "Brasil real".

A educação é a área em que mais sentimos a ausência de empenho por parte dos nossos governantes. Independente de partidos, se de esquerda ou de direita, todos parecem pouco se importar com a importância da educação de qualidade para o futuro do país. E uma questão tão importante como essa é tratada por militantes como algo meramente partidário. Basta ver os discursos inflamados de professores militantes de esquerda contra partidos de direita, como se a melhoria da educação dependesse de questões ideológicas. Até que surgiu Amanda Gurgel, uma professora da rede pública do Rio Grande do Norte, que com fala simples, educada, clara e objetiva foi capaz de resumir em um rápido e emocionante discurso a situação da educação no Brasil, em especial no Rio Grande do Norte, durante audiência pública na assembleia do seu Estado, deixando claro que o problema vai muito além de partidos e ideologias. O problema está enraizado em nossa política, em nossa cultura.

O vídeo desse discurso extraordinário correu as redes sociais e os telejornais, fazendo de Amanda a nova voz daqueles que lutam pela melhoria da educação e que mostram ter em seus corações não apenas a vontade, mas a capacidade de fazer desse país um lugar melhor.

Vendo esse discurso só consigo pensar em uma coisa: inveja dos alunos que tem a oportunidade única de ter como professora essa mulher fenomenal. E, se há mais pessoas como Amanda, o Brasil terá salvação.


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